Professores autônomos: região de Campinas tem 7 mil MEIs na educação, e Sebrae explica quando empreender na área
15/10/2025
(Foto: Reprodução) Thais Novais da Silveira é professora autônoma em Sumaré, no interior de São Paulo
Arquivo Pessoal
Já pensou em empreender na área da educação? Segundo dados divulgados pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), essa tem sido a escolha de, pelo menos, 7 mil professores da região de Campinas (SP).
👩🏫 O número inclui profissionais que atuam de forma autônoma oferecendo:
aulas particulares (exceto de idiomas, esportes ou artes);
atividades de reforço;
cursos em áreas específicas, como datilografia, culinária, corte e costura, entre outros.
São trabalhadores como a pedagoga Thais Novais da Silveira, que mora em Sumaré (SP) e dá aulas em casa para crianças do jardim II ao 9º ano do ensino fundamental. Para ela, atuar por conta própria foi a solução para aumentar a renda e ter mais flexibilidade na rotina.
"Eu abri um MEI para poder ter uma estabilidade, para ter flexibilidade, poder aposentar um dia e para conseguir emitir nota fiscal para os pais dos alunos, que conseguem restituir imposto de renda. Ajuda todo mundo um pouquinho", comenta.
De acordo com Williana de Souza Costa, líder de operacional regional do Sebrae Campinas, a formalização de professores autônomos, além de regularizar uma atividade que já existe, também ajuda na garantia de direitos e acesso a benefícios (entenda abaixo).
Professores autônomos na região de Campinas em 2025
Busca por rotina flexível e garantia de direitos
Thais conta que sempre atuou em escolas municipais com contratos de até dois anos. O desejo de oferecer aulas particulares veio depois da pandemia como forma de encontrar mais flexibilidade e estabilidade na rotina. Primeiro, começou de modo informal. Depois, decidiu abrir um MEI e hoje leciona para 26 estudantes de 6 a 13 anos dentro da própria casa.
"Trabalhando como autônoma, eu tenho muita flexibilidade. Antes, eu entrava na escola às 7h e ficava o dia todo. Então, eu me permiti trabalhar na minha casa a partir das 8h30. Eu acordo às 5h30, ajeito minha casa, tomo meu café, vou para a academia e cuido de mim. Na pandemia eu desenvolvi ansiedade e síndrome do pânico, porque trabalhava praticamente 24 horas sem parar".
Aluna de Thais fazendo atividade
Arquivo Pessoal
A ideia da pedagoga é fazer do seu trabalho um complemento à escola. Ela tem como foco a oferta de aulas de reforço, o que a permite ajudar crianças que estão enfrentando dificuldades no aprendizado ou que precisam se manter produtivas enquanto os pais estão no trabalho.
"As mães mandam para alfabetizar e, também, para largar o celular, né? Eu tenho uns que saem da escola às 11h30, almoçam e vêm para cá. Eu ensino numeral, ensino alfabeto. Aí eles chegam em casa, desmaiam, e não pegam mais no celular. Também têm uns que vêm porque as mães trabalham o dia todo que acabam não tendo tempo de ajudar na lição de casa".
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Saindo da informalidade
Para a líder de operacional do Sebrae, a busca pelo microempreendedorismo entre professores alia o sonho de ser o próprio chefe, fortalecido após a pandemia da Covid-19, e o desejo de sair da informalidade. Ao obter um CNPJ, o educador passa a ter segurança jurídica, podendo firmar contratos maiores com escolas, empresas ou prefeituras, além de ter acesso a benefícios como, por exemplo:
aposentadoria
auxílio-doença
salário-maternidade
acesso facilitado a linhas de crédito com juros reduzidos
maquininhas de cartão com taxas mais competitivas
"Quando está como microempreendedor individual, além de trabalhar e ter tudo isso, você traz essa credibilidade frente aos clientes. E, como MEI, tem também alguns benefícios, que é a questão de não precisar de contador, a contribuição mensal também é fixa e muito acessível", comenta Williana.
Sou professor e quero ser MEI, o que fazer?
Para quem quer seguir esse caminho, Williana recomenda ter estratégia e saber exatamente o que quer fazer. "Nós temos uma demanda tanto por reforço, temos a questão das tutorias, temos também atendimentos individualizados. Temos dentro dessa área professores que estão inovando e trazendo seus conhecimentos, suas expertises, suas didáticas, mas também muita coisa nova".
Com o sonho em mãos, ela recomenda:
fazer um planejamento estratégico sobre a área que quer seguir;
validar a área com alguns alunos antes de expandir e testar o modelo de negócio;
traçar um plano de capacitações para aprender a empreender de forma assertiva;
definir o mercado em que deseja atuar e começar com os pés no chão.
No site do Sebrae é possível encontrar mais detalhes sobre como abrir um MEI e quais são os requisitos.
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